Titulo: Cultivando Comunidade Tiago 3.18
Postado por: Valdir Pereira da Luz
Cultivando Comunidade
Tiago 3.18
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Vocês só poderão desenvolver uma comunidade robusta e saudável que viva de modo correto diante de Deus e desfrute desses resultados se trabalharem duro para andarem juntos, tratando uns aos outros com dignidade e honra. - (Tg 3.18)
Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações - (At 2.42)
Viver em comunidade requer compromisso.
Somente o Espírito Santo pode criar a real comunhão entre os crentes, mas ele o faz com as escolhas e compromissos que assumimos. Paulo aponta para essa dupla responsabilidade quando diz: façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz (Ef 4.3). Para produzir uma comunidade cristã amorosa são necessários o poder de Deus e nosso esforço.
Infelizmente, muitas pessoas crescem em famílias com relacionamentos doentios, de forma que tem falta de habilidades para relacionar-se em uma comunhão verdadeira. Precisam ser ensinados a andar junto com outras pessoas na família de Deus. O melhor é que o Novo Testamento está repleto de instruções de como devemos compartilhar nossa vida com os outros. Paulo escreve: ... saiba como as pessoas devem comportar-se na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo (1 Tm 3.14-15).
Se você está cansado de comunhão falsa, e gostaria de cultivar a comunhão verdadeira de uma comunidade amorosa, em seu grupo pequeno, classe da Escola Dominical e igreja, vai ter que fazer algumas escolhas e assumir determinados riscos.
Cultivar comunidade requer honestidade.
Você precisará interessar-se a ponto de falar a verdade em amor, até quando quiser disfarçar um problema ou ignorar uma questão. Mesmo que seja mais fácil permanecer em silêncio quando os outros ao nosso redor estão habitualmente ferindo a si ou aos outros, esta não é a atitude mais amorosa a ser tomada. Muitas pessoas não têm ninguém em suas vidas que as ame o suficiente para lhes falar a verdade (mesmo que seja dolorosa), e assim continuam em seus caminhos de auto destruição. Freqüentemente, sabemos o que deve ser dito, mas nossos medos nos impedem de faze-lo. Muitos relacionamentos de comunhão já foram sabotados pelo medo. Ninguém teve coragem de dizer a verdade no grupo enquanto um de seus membros estava se destruindo.
A Bíblia nos diz que devemos falar a verdade em amor (Ef 4.15) porque não podemos ter uma comunidade sem transparência. Salomão disse: A resposta sincera é como beijo nos lábios (Pv 24.26) (NT: em inglês estava: a resposta honesta é sinal de amizade verdadeira). Algumas vezes, isso significa preocupar-se em cuidar o suficiente para confrontar com amor aquele que está pecando ou sendo tentado a pecar. Paulo escreve: irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês que são espirituais, deverão restaura-lo com mansidão (Gl 6.1-2).
A comunhão em muitas igrejas e grupos pequenos permanece superficial porque as pessoas têm medo de conflitos. Toda vez que um assunto que possa trazer tensão e desconforto desponta, é imediatamente disfarçado a fim de preservar a falsa noção de paz. O Mr. Não Sacuda o Barco salta para o meio e tenta acalmar todo mundo (abaixar os espinhos eriçados), a questão nunca é resolvida e todos vivem com uma frustração sob a pele. Todos sabem qual é o problema, mas ninguém fala a respeito. Isso cria um ambiente doentio cheio de segredos, onde vicejam as fofocas. A solução apresentada por Paulo é direta:
Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros do mesmo corpo (Ef 4.25).
Comunhão verdadeira, seja no casamento ou em sua igreja, depende da franqueza. De fato, o túnel do conflito é a passagem para a intimidade no relacionamento. Até que você atinja um nível de preocupação e cuidado suficiente para enfrentar e resolver as barreiras que estão abaixo da superfície, você não vai crescer em intimidade com os outros.
Quando o conflito é tratado corretamente, crescemos em proximidade uns dos outros porque enfrentamos e resolvemos nossas diferenças. Lemos na Bíblia: quem repreende o próximo obterá por fim mais favor do que aquele que só sabe bajular (Pv 28.23).
Quando o conflito é tratado corretamente, crescemos em proximidade uns dos outros.
Franqueza não é uma licença para você falar qualquer coisa, como e onde quiser. Não é ser rude. A Bíblia nos diz que há o momento e a maneira correta de se fazer todas as coisas (Ec 8.6). Sem dúvida, as palavras deixam
feridas duradouras. Deus nos diz para falarmos um com o outro na igreja, como membros de uma mesma família, que se amam: Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse teu pai; trate os jovens como a irmãos: as mulheres idosas, como a mães; e as moças como a irmãs, com toda a pureza (1 Tm 5.1-2).
Infelizmente, centenas de relacionamentos de comunhão já foram destruídos por falta de honestidade. Paulo teve que repreender a igreja de Corinto por seu código de silêncio passivo ao permitir imoralidade em sua comunhão. Como ninguém tinha coragem de confrontar, ele disse: Vocês não devem simplesmente olhar para o outro lado e esperar que isso passe. Tragam o assunto à tona e lidem com ele... É melhor a devastação e o embaraço do que a
perdição... Vocês deixam o assunto passar como se fosse coisa pequena, mas é tudo menos isso...vocês não deveriam agir como se tudo estivesse bem quando um
de seus irmãos cristãos é um promíscuo ou desonesto, é irreverente para com Deus e rude com seus amigos, fica bêbado ou se torna ganancioso e predatório. Vocês não podem continuar tolerando isso, tratando como comportamento aceitável. Não sou responsável pelo que os de fora fazem, mas será que não somos responsáveis
pelas pessoas de nossa comunidade de crentes? (1 Co 5.3-12).
Cultivar comunidade exige humildade.
Auto valorização, presunção e orgulho resistente, destroem a comunhão mais rapidamente do que qualquer outra coisa. O orgulho levanta paredes entre as pessoas; a humildade levanta pontes. A humildade é o óleo que suaviza e alivia os relacionamentos. É o que lemos na Bíblia: revistam-se de humildade uns para com os outros (1 Pe 5.5). A roupa
apropriada para a comunhão é uma atitude humilde.
O versículo continua: Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes (1Pe 5.5b). Esta é a outra razão porquê precisamos ser humildes: o orgulho impede a graça de Deus em nossas vidas. Precisamos da humildade para crescer, mudar, sarar e ajudar os outros. Recebemos a graça de Deus quando humildemente admitimos que precisamos dela. A Bíblia diz que em qualquer momento em que formos orgulhosos, estaremos vivendo em oposição a Deus! Isso é um modo tolo e perigoso de viver.
Você pode desenvolver humildade de maneiras muito práticas: reconhecendo sua fraqueza, sendo paciente com a fraqueza dos outros, permanecendo aberto às correções e dirigindo o foco das atenções para os outros.
Paulo nos adverte, dizendo: Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição
inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos (Rm 12.16). Aos cristãos de Filipos, ele escreveu: Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos (Fp 2.3-4).
Humildade não é ter um conceito negativo sobre si mesmo, mas pensar menos em você. Humildade é pensar mais nos outros. Pessoas humildes se concentram em servir aos outros; não pensam em si mesmos.
Humildade não é ter um conceito negativo sobre si mesmo, mas pensar menos em você
Cultivar comunidade exige cortesia.
Cortesia é respeitar nossas diferenças, considerar os sentimentos uns dos outros e ser paciente com aqueles que nos irritam. A Bíblia diz: Cada um de nós deve agradar ao seu próximo para o bem dele, a fim de edifica-lo (Rm 15.2). Paulo escreveu a Tito: não caluniem ninguém, sejam pacíficos, amáveis e mostrem sempre verdadeira mansidão para com todos os homens (Tt 3.2).
Em todas as igrejas e em cada grupo pequeno, existe pelo menos uma pessoa difícil. Essas pessoas podem ter uma necessidade emocional especial, profundas inseguranças, maneirismos irritantes ou poucas habilidades sociais.
Você pode chamá-las de PERGE Pessoas que Requerem Graça Extra.
Deus coloca essas pessoas em nosso meio para que nós e elas sejamos beneficiados. São uma oportunidade para crescermos, e um teste para nossa comunhão: vamos ama-las como irmãos e irmãs? Vamos trata-las com dignidade?
Numa família, a aceitação não é baseada em quão espertos, bonitos ou talentosos somos. Baseia-se no fato que pertencemos um ao outro. Defendemos e protegemos nossa família. Um membro dela pode ser um pouco esquisito, mas é um de nós. Da mesma maneira, a Bíblia diz: Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais que a si próprios (Rm 12.10).
A verdade é que todos nós temos nossas dificuldades e traços irritantes. Mas comunidade não tem nada a ver com compatibilidade. A base para comunhão é nosso relacionamento com Deus: nós somos família.
Uma das chaves para desenvolver cortesia é entender de onde vieram as pessoas. Descubra sua história de vida. Quando se sabe pelo que já passaram, vamos ser mais compreensivos. Ao invés de pensar no quanto ainda têm para caminhar, pense sobre o quanto já alcançaram apesar de suas feridas.
Outro componente da gentileza é não ridicularizar as fraquezas dos outros. Não é porque você não tem medo de algo que isso vai invalidar o sentimento do outro. A real comunhão acontece quando as pessoas sabem que ali há um ambiente seguro para que compartilhem suas dúvidas e temores sem sofrerem julgamento.
Cultivar comunidade exige confiabilidade.
Somente um ambiente seguro de aceitação calorosa e confiabilidade é que possibilita que a pessoa se abra e
compartilhe suas feridas mais profundas, necessidades e erros. Confiabilidade não significa silêncio enquanto seus irmãos e irmãs estão pecando. Significa que o que for compartilhado no grupo precisa permanecer limitado ao grupo, e que o grupo precisa lidar com aquilo, sem comentar com outras pessoas.
Deus odeia a fofoca, especialmente quando está disfarçada em pedido de oração por outra pessoa. Deus diz: O homem perverso provoca dissensão, e o que espalha boatos afasta bons amigos (Pv 16.28). Tagarelice sempre causa dor e divisão, destruindo a comunhão. Deus é muito claro quando diz que devemos confrontar as pessoas que causam divisão entre os cristãos (Tt 3.10). Elas podem zangar-se e deixar o grupo quando confrontadas por suas atitudes que causam divisão, mas a comunhão da igreja é mais importante que qualquer indivíduo.
A comunhão da igreja é mais importante que qualquer indivíduo
Cultivar comunidade exige freqüência.
Você precisa ter contato freqüente e regular com seu grupo a fim de construir comunhão genuína.
Relacionamento leva tempo. A Bíblia nos diz que: Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns anos outros (Hb 10.25). Somos ensinados aqui a desenvolvermos o hábito de nos reunirmos. Um hábito é algo que você faz com freqüência, e não ocasionalmente.
Você precisa investir tempo com pessoas muito tempo para construir relacionamentos profundos. É por essa razão que a comunhão de muitas igrejas é superficial; não passamos tempo suficiente juntos e o tempo em que estamos juntos normalmente ficamos ouvindo uma pessoa falar.
Comunidade não é construída sobre nossa conveniência (vamos nos reunir quando tivermos vontade), mas sobre uma convicção de que é necessário para nossa saúde espiritual. Se você quer cultivar comunhão verdadeira, isso vai significar reunir-se mesmo sem vontade, porque você crê que é importante. Os primeiros cristãos encontravam-se todos os dias! Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas e juntos participavam das refeições com alegria e sinceridade de coração (At 2.46).
Comunhão requer investimento de tempo.
Se você é membro de um grupo pequeno ou classe, quero desafiar você a fazer um pacto que inclua nove características de comunhão bíblica: Vamos compartilhar sentimentos verdadeiros (autenticidade), encorajar uns aos outros (mutualidade), suportar uns aos outros (empatia ou identificação), perdoar uns aos outros (misericórdia), falar a verdade em amor (honestidade), admitir nossas fraquezas (humildade), respeitar nossas diferenças (cortesia), não fazer fofoca (confiabilidade), e dar prioridade ao nosso grupo (freqüência).
Quando você olha para essa lista de características, se torna óbvio porque a comunhão genuína é tão rara. Significa renunciar nossa vontade de ocupar o lugar central e independência a fim de nos tornarmos interdependentes.
Mas os benefícios de se compartilhar a vida ultrapassam em muito os custos e nos preparam para o céu.
Um ponto para refletir: Comunidade exige compromisso
Um versículo para decorar: Nisto conhecemos o amor: Jesus Cristo deu sua vida por nós e devemos dar a nossa vida por nossos irmãos (1 Jo 3.16).
Questões para discutir: Como posso ajudar hoje no desenvolvimento das características de uma comunhão verdadeira em meu grupo pequeno ou igreja?
Pr. Rick Warren